Pomar Florido

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CRÔNICAS DE UMA ADOLESCENTE

VIDA DE ACREANO

Embora invisíveis por muitos, cá estamos nós e por incrível que pareça não somos extraterrestres, não criamos onças-pintadas como animal de estimação, e muito menos fazemos dança da chuva todos os dias como “ritual sagrado do acreano”. Nós aqui temos sim nossas influências vindas da floresta por estarmos próximo dela, da mesma forma que aqueles que habitam regiões praieiras tem suas influências marítimas, mas isso não diz que temos que ser obrigatoriamente “bichos do mato” ou “nativos “ como dizem por aí.

Vida de acreano não é fácil, as pessoas daqui estudam e trabalham muito para acompanhar o progresso brasileiro e mundial em tempo real. Apesar disso, somos vítimas de algumas piadinhas sem graça que algumas pessoas insistem em fazer em pleno séc.XXI, tais como: -O Acre existe? Onde fica? Lá tem faculdades? Qual o nome da sua aldeia? Ou até mesmo, lá tem casa, carro cidade ou só mato mesmo? Temos que aturar essas interrogações. É difícil pois ninguém precisa ser um intelectual de carteirinha para saber que existimos sim.

E enganam-se quem acredita que isso nos incomoda ou nos atrapalha a ponto de interferir em nossos sonhos, nossos projetos de vida. Nós aqui temos destaques, heróis que nos representam em toda parte do mundo e por isso deveríamos ser mais respeitados. O imortal Chico Mendes é uma prova disso. E quando conseguimos vencer é porque somos guerreiros e para mostrar que somos capazes de ir muito longe independentemente de estarmos distantes geograficamente das metrópolis que comandam o país e o panorama mundial.

M.C.S.W.

Estudante de 9º ano e escritora de crônicas.